terça-feira, 10 de maio de 2016

ETNIA JURUNA (YUDJÁ)

Fonte: ISA

Habitam uma área localizada às margens da rodovia Ernesto Accioly (PA-415), no município de Vitória do Xingu, estado do Pará e fazem parte da Área de Influência Direta – AID do Meio Socioeconômico, de Belo Monte. O nome do grupo significa “boca preta” que se refere a uma tatuagem facial, de cor preta, que os Juruna usavam até meados de 1843. Mas eles se autodenominavam Yudjá, que significa “dono do rio”, mostrando assim uma imagem de excelentes canoeiros e pescadores.

Sua história começa com uma extensa família de Francisca de Oliveira Lemos Juruna, que faleceu em 2001, mora neste local desde o ano de 1951. Sua economia era baseada na criação de animais e na agricultura. Olimpio Juruna, o filho mais velho, montou uma serraria e utilizava a madeira do local para a confecção de tábuas.

Com a movimento de reivindicação da comunidade por seu reconhecimento como grupo étnico diferenciado, em 2000, foi encaminhada à FUNAI uma solicitação de regularização fundiária da Área Indígena Juruna do km 17. Essa terra é rodeada por uma fazenda, cuja principal atividade é a pecuária, que possui um fragmento de floresta.

A construção de estradas trouxe consequências positivas e negativas para os Jurunas, como a pavimentação da rodovia PA-415, que permitiu melhor e mais rápido acesso às cidades de Altamira e Vitória do Xingu, além de ter reduzido a poeira que era levantada com o trânsito, mas também comunidade está a deixando mais exposta, por ser à beira da estrada, vulnerável à entrada de estranhos.

São considerados uma família seguidora da religião católica, herança das expedições dos missionários que visitaram a região desde o século XVIII. Os mais velhos da região ainda lembram como eram considerados bichos quando não eram batizados, mas também lembram que eram impedidos de falar a língua materna, praticar seus rituais e realizar as festas tradicionais, por serem consideradas inferiores. Hoje, buscam o resgate da língua materna, dos cantos e danças Juruna, que simbolizam a cultura de seus ancestrais e confirmam a particularidade deste grupo étnico.

Fonte: ISA

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