terça-feira, 10 de maio de 2016

ETNIA XIPAYA

Fonte: ISA

Chegou-se a acreditar que era uma etnia extinta. O nome Xipaya está relacionado com uma espécie de bambu que serve para a produção de flechas, simbolizando fortaleza e flexibilidade. Houve contato no século XVII, mas a partir de 1970 notou-se o reaparecimento étnico. Atualmente estão distribuídas na cidade de Altamira, na Terra Indígena Xipaya e em comunidades ribeirinhas às margens do rio Xingu. Pertence à família linguística Juruna, do tronco tupi.

Os Xipaya possuem as atividades centradas nos rios, fazendo com que sofram os impactados causados pela construção da usina. Foram perseguidos pelos colonizadores e forçados a trabalhar na empresa extrativista, foram marginalizados e tiveram seus direitos indígenas ignorados. Apesar de a economia ser baseada na pesca, há também no terreiro, plantações de árvores frutíferas, verduras e ervas medicinais.

A agricultura e pecuária xipaya são desenvolvidas nos roçados e nos quintais. Os quintais são terrenos ao redor das casas, onde se encontram criações de animais de pequeno porte, canteiros, plantas medicinais e plantas frutíferas. As plantas frutíferas são o cupuaçu, abacate, limão, mexerica, urucum, lima, laranja, manga, jaca, jambo, bacaba, café, abacaxi, mamão, assim como cará, inhame e cana.

As famílias criam para o consumo galinha e pato e, quando é possível, comercializam as criações.

O roçado é um trabalho comunitário realizado na área de capoeirão: em junho/julho há o desbaste em volta do terreno para o roçado; a vegetação mais fina é brocada ou roçada e as árvores mais grossas são derrubadas com machados ou motosserra.


No extrativismo, fazem a coleta de produtos de origem vegetal, dentre eles: madeira (usada na construção das casas e do mobiliário), cipós (para armações e cestarias), plantas medicinais, frutas e palmitos. A produção do artesanato está voltada para a produção de instrumentos de subsistência, sendo comum a fabricação de armas para caça, utensílios domésticos, cestaria. A argila mole - tabatinga - encontrada na beira do rio é usada para revestimento dos fogões a lenha ou do chão das casas, para fazer telhas e tijolos.

Os Xipaya caçam usando espingarda, sendo os métodos comuns a caminhada pela mata, a espera (tocaia nos lugares frequentados pelos animais) e com cachorro, uma prática freqüente. A caçada pode ocorrer individualmente ou em grupo: na primeira o produto pode ser dividido por toda a comunidade se for grande, na segunda o produto é dividido no grupo.

Fonte: Anapu em foco.



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